Caracterização da Pesquisa

O ciberespaço marca um espaço de interação humana de importância econômica e científica, alcançando áreas como a Pedagogia, Estética, Arte e Política (Lévy, 2000). O limiar de espaços (entre o real e o virtual) é representado por interfaces que definem o meio de interação entre o homem e a máquina, favorecendo modos de experimentação e percepção, permeados por sensações, sentimentos e emoções. São as interfaces que sustentam a interatividade, que “proporciona ao interator a sensação de expansão de seu universo cognitivo e de suas capacidades sensório-motoras” (Giannetti, 2006; p.123).

A interatividade é característica essencial em ambientes virtuais voltados para o processo de ensino-aprendizagem. Projetos aplicados à Educação vêm mostrando o quanto as tecnologias facilitam novas formas de estabelecer inter-relações, de pensar, de questionar valores, de produzir, de reproduzir e de propagar conhecimento. Todos estes temas se entrelaçam e perpassam pela afetividade. Perceber aspectos afetivos, nos projetos de construção do conhecimento em sala de aula ou a distância, mediados por tecnologias digitais, transforma a relação professor-aluno, como também os processos de transmissão e apreensão do conhecimento.

Piaget (2005) e Vygotski (2004) reconheceram que a afetividade é um dos agentes motivacionais da atividade cognitiva. Segundo Piaget, o processo de desenvolvimento cognitivo (psicologia genética) abrange as funções cognitivas (como as de representação e as de interação) e a afetividade. Este autor afirmou que a afetividade “energiza” o processo para as alterações esquemáticas necessárias ao desenvolvimento cognitivo, como a acomodação e assimilação. Já Vygotski destacou a interação social como origem e motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual. O sujeito toma consciência dos valores e da linguagem. Aprende de forma autônoma (intrapessoal) e em âmbito social (interpessoal). Contestou o dualismo entre as dimensões afetivas e cognitivas no modo como a psicologia tradicional separava os aspectos intelectuais dos afetivos-volitivos (Oliveira, 1992).